sexta-feira, 4 de março de 2011

O "Amor"

Nunca soube gerir muito bem as emoções, nem sabia que era preciso. Não sabia que era preciso jogar, mostrar que não gosto assim tanto quando, na verdade, estou de quatro; que não devo estar todos os dias com a pessoa de quem gosto para não dar muita confiança quando, na verdade, quase sufoco a cada minuto longe dele. Joguei sempre limpo e de coração aberto, como quem mergulha de cabeça numa piscina, mesmo sem saber nadar. Aprendi à força de engolir alguns pirolitos.

Entretanto as regras do jogo mudaram. Agora o que está a dar é meio mundo a comer meio mundo, assim como quem não quer a coisa. Prepara-se a refeição durante a semana, via SMS ou Facebook, ou as duas coisas e, no fim-de-semana, come-se o prato como se não houvesses amanhã; e não há mesmo, porque segunda-feira é dia de começar a preparar uma nova refeição para o fim-de-semana seguinte.

Mulheres que querem simplesmente construir uma relação, que querem amar e ser amadas, tornam-se inoportunas e ridículas, um verdadeiro empecilho, de evitar a qualquer custo; e os homens a mesma coisa, pois nos tempos que correm, a diferença de comportamentos entre os sexos, são praticamente inexistentes.

Estou fora! Quero uma relação à antiga, pirosa e ultrapassada, daquelas bem lamechas que enjoam quem está à volta.

PC




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